Quando se acabam as
preocupações da vida quotidiana, depois de mais um dia de trabalho e do
jantar no ´bucho´, apetece molhar a palavra, até porque a conversa e o
convívio a isso obrigam.
Á volta da mesa de um café ou de uma barriguinha encostada ao balcão de
uma taberna, vai um copinho de três ou uma minizita e a garganta começa a
ficar quentinha...
Começa-nos o corpinho a pedir folia... e vá de moda!
E a gente, não vai de modas.
A voz parece que sai mais limpa, o falar mais fluente. Só quando a carga
começa a ser demais, é que a língua começa a entaramelar e a ficar
encortiçada. É sinal que a bebedeira vem a caminho e por isso convém parar
de beber, para não estragar o que está bonito de se ouvir.
Quanto mais a noite avança, mais disposição há para as cantigas. |
O projeto "Cantares da meia
noite", tem como objectivo principal, dar a conhecer ao público que os
ouve, as modas que se contavam e bailavam ( e ainda se cantam), na região
do Campo Branco,
Zona de transição do Baixo Alentejo para a Serra do Caldeirão e o Algarve
interior.
O grupo, é formado por:
António Gonçalves (voz, bandolim e guitarra);
Carlos Rosa (voz e percussão);
Pedro Mestre (voz e viola campaniça).
Todos eles, tem já algum calo nestas coisas das cantigas, fazendo qualquer
um deles, parte de outros grupos que se dedicam a defender as tradições
culturais das suas zonas de residência.
O seu repertório é constituído fundamentalmente, por temas tradicionais do
Baixo Alentejo e de outras regiões do país, bem como de trabalhos de
autoria dos próprios e de outros compositores portugueses.
A sua música é simples, sem cuidados exagerados, para que não possa fugir
muito ao modo como era e continua a ser interpretada, nas suas respectivas
zonas de pesquisa.
Pode dizer-se que, dá para os aturar com prazer, durante cerca de duas
agradáveis horas.
Os Cantares da Meia-noite |