Apicultura

  Devido à grande quantidade de abelhas e à flora riquíssima da região, a indústria caseira do mel, tem grande importância, quer pela excelente qualidade do mel produzido, quer pela fama que vai grangeando por país fora.
  A colmeia móvel é um quadro de madeira, que se divide em quatro partes, que são: o ninho, as alças, a prancheta e o telhado.
  A colmeia móvel é composta por dez quadros, onde se põe a cera moldada (um trabalho já adiantado, feito pelos homens). À medida que a colmeia se enche de abelhas, vão-se pondo outras em cima, formando alças. As colmeias, pintam-se de cores vivas, para se verem bem, no meio do mato.
  Quando chega o Inverno, ou mudam-se as colmeias ou então alimentam-se com mel, água mel e água com açúcar. Para a mudança das colmeias, os homens protegem-se com máscaras.
  Na colmeia móvel, é mais fácil verificar se tem mel ou não, sendo por isso mais rentável, ao contrário do cortiço. O cortiço, dá um mel mais escuro, porque o mel é tirado à mão ou à prensa.
  As abelhas, também produzem o seu próprio alimento a que se dá o nome de tarro. É um pó encarnado que põem dentro dos favos, para se alimentarem no Inverno.
  O melhor mel desta região é o da flor do resmono, soaga e poejo.
  A azinheira dá um mel mais escuro. O mel da flor da medronheira é mais amargo e serve para alimentar as abelhas durante o Inverno.
  O mel, tirado das colmeias móveis, é escorrido para um centrifugador, donde vai para dentro de uma vasilha ou frasco. Depois de assentado, são retiradas as impurezas.
  Noutros tempos, o mel era espremido à mão ou com umas talas de madeira e apertado por oito homens. Actualmente, usa-se a prensa.
  Nos cortiços, mais utilizados na zona da serra, estes são levados para o meio do mato, esperando-se que os enxames os ocupem. Quando a abelha mestra sai da colmeia e os casulos estão todos tapados, é sinal que o enxame se multiplicou e é mandado para outro cortiço. Para isso, vira-se o cortiço ao contrário e bate-se no tampo, pondo novo cortiço por cima do usado.
  Então, o mel é extraído da cera, espremendo-se em pequenas quantidades, ficando o mel num lado e a cera em rolinhos, noutro lado. O mel é coado por uma peneira muito fina, para se livrar de impurezas. Se o mel for para durar muito tempo, convém não se tirar a cera.
  A cera que ainda tem mel, é fervida, obtendo-se assim a água mel.
Para saber se a água mel está em condições, basta deixar cair uma gota sobre a unha. Se ficar redondinha, pode tirar-se do fogo.


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Laurentino Coelho Mendes

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